Quantas vítimas de bullying sofrem em silêncio?

Jim Jefferson
Quantas vítimas de bullying sofrem em silêncio

A recente notícias sobre o tiroteio na Carolina do Norte, em que o suposto assassino, Tailei Qi, matou um dos membros do corpo docente, trouxe novamente à tona uma questão de bullying. Embora a polícia não tenha anunciado oficialmente o motivo, Joe Killah, repórter do NC Newsline, encontrou uma possível explicação ao analisar as mídias sociais de Qi. 

Em 1º de agosto de 2022, Qi tuitou: "O bullying nos Estados Unidos parece ser um problema. Muitas vezes, isso ocorre porque as pessoas não os impedem na primeira vez. As explicações não são uma solução, mas fazem com que eles sintam que os outros os defenderão toda vez que eles levantarem um problema, fazendo com que eles procurem uma desculpa dia e noite."

Aparentemente, Qi estava lidando com a tensão de longa data em seu grupo de estudo, que as autoridades da universidade não resolveram. A decisão fatal de começar a atirar em Carolina, que ele acabou tomando, nos fez questionar as medidas antibullying adotadas pelas instituições educacionais. Nossa pesquisa, baseada em entrevistas com vítimas reais de bullying, revelou uma tendência preocupante.

Quão comum é o bullying? Histórico do estudo

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As estatísticas recentes indicam que 20% de estudantes americanos foram vítimas de bullying em 2019. Mas quantos deles encontraram justiça? Depois de ler os relatórios sobre o tiroteio em Chapel Hill, elaboramos um breve questionário para avaliar se o bullying é frequentemente ignorado nas instituições educacionais. 

Os entrevistados independentes que sofreram abuso físico e psicológico durante os anos escolares responderam a duas perguntas:

1. Você já sofreu bullying? 

2. Seus agressores já foram responsabilizados por suas ações?

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) informam que o bullying aumenta o risco de depressão, ansiedade e outras doenças mentais. Até mesmo lembranças sobre incidentes passados podem levar a reações de estresse, como pesadelos sobre ser baleado e morto. Para reduzir os riscos de retraumatização, pedimos aos participantes da pesquisa que não compartilhassem os detalhes de suas experiências pessoais. 

O bullying aumenta o risco de depressão, ansiedade e outras doenças mentais. (CDC, 2019)

Alguns dos entrevistados, no entanto, insistiram em compartilhar suas histórias na esperança de que sua experiência em primeira mão chamasse mais atenção para a pesquisa.

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Sobreviventes de bullying falam a verdade

Embora tragédias como a da lama de Chater Hill abalem nosso senso de segurança, elas aumentam a conscientização sobre os problemas globais de bullying. Já sabemos a frequência com que o bullying ocorre e os problemas de saúde que ele causa, mas será que os agressores enfrentam alguma repercussão? As histórias abaixo nos fazem refletir sobre a verdadeira punição que os agressores recebem (ou não) por suas ações.

A violência sem punição tem um impacto psicológico

  • Respondente - Mark Twain
  • Diretor de Marketing da Lonelyaxe
  • Destaque - "Meus agressores nunca foram oficialmente punidos por seus atos."

Quando era criança e estava crescendo nos Estados Unidos, sofri bullying em primeira mão. 

Meus agressores nunca foram punidos oficialmente por seus atos, embora os impactos psicológicos de seu comportamento tenham perdurado por muito tempo depois que o bullying cessou.

O sistema faz vista grossa para o bullying coletivo

  • Requerido - Raquel Rodriguez
  • Astrólogo e fundador da yourzodiac.org
  • Destaque - "Meus agressores nunca foram responsabilizados por seus atos. O sistema escolar, os amigos e até mesmo alguns adultos ao meu redor muitas vezes faziam vista grossa. "

Eu sofria bullying. Não era por causa da minha paixão pelas estrelas ou pela espiritualidade, mas por motivos que os agressores geralmente encontram: só porque podem. Eles tornavam meus dias desafiadores, fazendo-me questionar meu valor e meu lugar no universo. 

Meus agressores nunca foram responsabilizados por seus atos. O sistema escolar, os amigos e até mesmo alguns adultos ao meu redor muitas vezes faziam vista grossa. Talvez fosse a cultura ou o medo de confrontá-los, mas suas ações ficavam impunes.

5 anos de bullying escondidos em silêncio

  • Respondente - Luciana Mei
  • Criador de conteúdo, freelancer e Blogueiro
  • Destaque - "Ele nunca se desculpou ou demonstrou qualquer remorso pelo que fez. Nunca enfrentou nenhuma consequência nem aprendeu nenhuma lição com suas ações."

Da 1ª à 5ª série, tive de me sentar ao lado de um garoto grande que sempre me intimidava. Ele era muito mau e violento. Ele me batia com força no rosto e nas orelhas, às vezes com um livro, até que elas ficassem inchadas e sangrando. Ele arranhava meu rosto com as unhas. 

Ele nunca se desculpou ou demonstrou qualquer remorso pelo que fez. Nunca enfrentou nenhuma consequência nem aprendeu nenhuma lição com suas ações. Ele nunca soube o quanto me magoou e o quanto eu o odiava.

Devastador, mas difícil de provar

  • Requerido - Derrick Hathaway
  • Diretor de Vendas da VEM Medical 
  • Destaque - "Os autores do bullying foram responsabilizados em alguns casos. Entretanto, em outras situações, os agressores ficaram impunes. Isso ocorreu muitas vezes porque o bullying ocorreu de forma mais sutil, o que dificultou a comprovação ou a abordagem. "

Os autores do bullying foram responsabilizados em alguns casos. Os professores e administradores escolares tomaram providências quando tomaram conhecimento da situação. A intervenção ajudou a pôr fim ao bullying, mas não curou completamente as feridas emocionais.

Entretanto, em outras situações, os agressores ficaram impunes. Isso geralmente acontecia porque o bullying ocorria de forma mais sutil, o que tornava difícil provar ou lidar com ele. Nesses casos, tive de encontrar maneiras de lidar com a situação e me defender, o que foi uma lição valiosa, mas difícil de aprender.

Com que frequência o bullying fica impune? Resultados da pesquisa

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A Associação Americana de Psicologia (APA) publicou um guia para pais, educadores e alunos sobre as medidas que devem ser tomadas para combater o bullying. A recomendação principal é a seguinte: "Intervenha para impedir, registre o incidente e informe os administradores escolares apropriados para que o incidente possa ser investigado."

A regra óbvia da ação imediata poderia resolver uma série de problemas se funcionasse como pretendido. No entanto, nossa pesquisa mostra que a declaração feita pelo acusado de atirar em Chapen Hill é mais relevante do que nunca: "O bullying nos Estados Unidos parece ser um problema. Muitas vezes, isso acontece porque as pessoas não os impedem na primeira vez."

70% de vítimas disse que os agressores de bullying eram nunca responsabilizados por suas ações.

Conclusão: O que podemos fazer?

Para quebrar o ciclo de violência escolar, deve-se iniciar imediatamente uma investigação de cada caso de bullying, mesmo que ele não tenha assumido uma forma física. Outras ações devem envolver exames psicológicos tanto dos agressores quanto das vítimas e sessões terapêuticas. Até lá, nenhuma regra ou regulamento impedirá que outro tiroteio em Chapen Hill aconteça novamente.               

Jim Jefferson é a voz por trás das postagens do blog Parentaler. Um verdadeiro especialista em segurança digital com mais de 10 anos de experiência em comportamento infantil. Ele se concentra em facilitar a vida dos pais, esclarecendo sua experiência digital.

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